As forças que golpearam Dilma Rousseff e a eleição de 2018

No próximo domingo, dia 7 de outubro de 2018, teremos nossa oitava eleição presidencial desde 1989, quando elegemos pela primeira vez um presidente pelo voto direto desde 1960. Quem votou em 1960 com 18 anos, tinha naquele ano, 47 anos. Uma pessoa de meia idade. Quem votou pela primeira vez em 1989, tem hoje a mesma idade. Uma grande coincidência. O Brasil mudou profundamente nesse período. Achávamos que a nossa democracia estava razoavelmente consolidada. Que não precisaríamos mais ir às ruas – como fomos com as mulheres neste final de semana lindo que passou – para defender a democracia, na verdade para pedir a sua volta. Estávamos errados. Sofremos um golpe – de novo tipo, é verdade – em 2016, quando a primeira mulher eleita presidente da República foi destituída do cargo por uma quadrilha – e isso não é força de expressão – que tomou de assalto o destino da Nação. Neste breve artigo, pretendo analisar em mais detalhes quais foram as forças interessadas no golpe, suas razões.

Ler mais

99%, UNÍ-VOS! III – Os Dez Anos da Crise de 2008

Não se deixe levar pelas sucessivas mensagens veiculadas na mídia corporativa sobre a nobreza do austerícidio praticado pelo Ocidente. Isso serve apenas para que nós – os 99% – continuemos a engordar aquele 1% sob um discurso de que o baixo crescimento é parte de um “novo normal  secular” depois de passados dez anos da crise global de 2008. Nada disso! Vamos romper essas ideias olhando o formato de desenvolvimento impulsionado e conduzido pela mão estatal no Oriente, e como isso tem produzido resultados muito mais relevantes do que aqueles observados nos meridianos de cá da esfera terrestre.

Ler mais

A saída da crise ao alcance da mão, Parte 1: Ciclo político, democracia e bilionários

É do liberalismo a afirmação, que deixados livres e sem a interferência do Estado, os empresários levariam a Economia ao Pleno Emprego, por mais que governos liberais como Temer e FHC mostrem o contrário.
Os liberais alegam que o déficit público tiraria a Economia do seu equilíbrio e produziria inflação. Em “Liberalismo: ‘fake news’ ou ‘bad news’?” mostramos que a assertiva não resistiu, por exemplo, às 2 grandes crises de 1929 e de 2008, quando a presença do Estado salvou o capitalismo de um final apocalíptico.

Ler mais

Liberalismo: “fake news” ou “bad news”?

O Estado, por ter a prerrogativa de captador de rendas, emissor de meio circulante, além de indutor e criador de rendas pela sua capacidade de investir ou induzir investimentos, é sempre eficaz no longo prazo e fundamental na solução dos riscos sistêmicos. É conhecida sua atuação anticíclica nas crises capitalistas, sendo exemplos expressivos “a queima de café” por Vargas e o “New Deal” de Roosevelt.
Na crise de 2008, a intervenção do Estado – resgatando da quebra em série os grandes bancos privados – salva o mundo do colapso financeiro especulativo. Ou seja, mais uma vez o Estado (“mínimo”?), como em 1929, intervém, reduzindo a tese do liberalismo/neoliberalismo, novamente, a uma “fake news”.

Ler mais

Robotização é desemprego? Não (necessariamente!): tecnologia é problema político, não econômico

Não há relação direta entre a taxa de crescimento da produtividade e o desemprego. Portanto, não faz sentido, em princípio, temer pela perda de empregos. Os problemas relacionados ao rápido avanço da produtividade não são econômicos, mas políticos. Se gera concentração de poder político, pode gerar problemas sociais – e até mesmo militares – gravíssimos.
Entre 1945 e 1980, os trabalhadores contaram com a colaboração dos governos porque as elites temiam o alastramento do comunismo. Hoje, as elites não têm nenhum medo de deixar milhões desempregados passando fome, mas bovinamente entretidos com redes sociais, fake news, futebol, TV, etc.
O medo de revolução faz milagres. Mas se a tecnologia afastar o risco da insubordinação à tirania e à desigualdade, ela pode ser realmente um grande desafio para os anseios de liberdade, igualdade e fraternidade.

Ler mais