EUA: só o pó – branco – fecha as contas

Creio que já decorreram 30 anos, foi perto da queda da URSS, quando escrevi minhas primeiras considerações sobre as finanças internacionais.
O domínio estadunidense era nítido, a vitória da banca também, e o que se poderia prever? O caos. E foi por isso, pois o mundo parecia não ver, que escrevi.
Havia uma dívida gigantesca, muito superior aos ativos que a deveriam suportar, e, surpreendentemente, uma falta de controle dos EUA sobre o meio circulante de sua moeda, espalhada pelo mundo.
Leia, debata, compartilhe.

Ler mais

Narcoprimaveras, técnicas de guerra de comunicação e lawfare continental

Cada vez mais fica clara em toda a região a relação de operações similares de guerra de comunicação, desinformação, e operações de lawfare (o escândalo da Odebrecht foi operado em diversos países da região e atingiram distintas figuras políticas no continente).

Agora a guerra legal, lawfare, ampliam-se para além da perseguição de figuras centrais da esquerda local, como nos casos de Lula da Silva, Cristina de Kirchner e recentemente Evo Morales com apoio de organismos internacionais. Não é por acaso que o golpe boliviano ocorreu meses depois do governo boliviano apontar para um acordo de beneficiamento de lítio com participação conjunta de capital alemão e colaboração chinesa.

Ler mais

As Narcoprimaveras latino-americanas

Primeiro há que aclarar o que significam estas narco-primaveras. O conceito é decorrente da rearticulação das condições de dependência regional (extração de mais valia e transferência de riquezas de forma permanente para países imperialistas globais). E a mesma é resultante da articulação de estados ocos (em que a burocracia ou órgãos do estado deixam de atuar, sendo limitados, extintos ou agindo contra a lei) em estados que já eram falidos, ou incompletos (típicos de nações de terceiro mundo, em que o estado não ocupa todo o território e sociedade) e gera a possibilidade de consolidação de sistemas não legais e ilegais como forma de normatização e assimilados por setores burocráticos do estado.

Ler mais

O estado narco-policial-militar a mando do imperialismo

Por trás do aumento do tráfico de drogas está o seu desenvolvimento em toda a região. As coincidências entre os processos na América Latina estão por trás de uma política do imperialismo nore-americano. O objetivo é desenvolver esse negócio lucrativo, que, juntamente com o mercado de armas, são os únicos dois setores da economia capitalista mundial que não enfrentam crises. E eles estão interligados.

Ler mais

“Kompromat”: sexo, crime, dinheiro, chantagem – o explosivo submundo da disputa pelo PT

O termo “Kompromat” refere-se ao jargão da inteligência russa, de uso já universalizado, para denotar operações de coleta de informações comprometedoras sobre determinado indivíduo para utilização em chantagem e manipulação, tipicamente com finalidades políticas. E não seria muito diferente no relato abaixo. A diferença é que sai de cena a fria Rússia dos romances de espionagem e entra, no seu lugar, a grande São Paulo. E o calor da disputa pela Presidência do PT, maior partido de oposição no Brasil, a ser decidida em apenas quatro semanas, no congresso nacional do partido.
O relato do “kompromaPT”, e o acerto subsequente, foi apurado e checado com (i) fontes no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde o caso é de amplo conhecimento; (ii) dirigente da CNB, a tendência de Lula, onde também é bastante conhecido; e (iii) fontes na Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Ler mais

Crime e sua relação complementar com as atividades estatais – elementos históricos

Quando se considera a existência de ação e coordenação de setores de inteligência (obtenção de dados, investigação, avaliação de cenários e soluções) de outros países, ou de organizações internacionais, a colaborar com negócios ilícitos em nossa região, sobretudo em um cenário de submissão de nossa soberania e fragilização institucional no mesmo tempo em que se observa o avanço de facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho (por todo o país e sub região continental), há que se considerar que o narcotráfico regulado pelo Estado já foi, no passado, ferramenta utilizada pelo Reino Unido para equilibrar sua balança comercial frente a China. Em 1839 e entre 1856 e 1860, foi estabelecida uma política com duplo efeito e que fazia utilização do narcotráfico como ferramenta geopolítica de guerra para provocar tensões internas sem o controle dos governos, e ao mesmo tempo como ferramenta de pressão política e de comércio exterior.
Neste ensaio trataremos sobre o narcotráfico e sua relação complementar (inclusive oficialmente em alguns casos) com as atividades estatais , como também, casos históricos em que ele foi parte do manejo de ações de guerra econômica.

Ler mais

Exclusivo: o organograma do “Evangelistão do Pó” — do PCC a Bolsonaro

Desde junho, os — bem informados — gringos já tiraram da Bovespa mais de R$ 24 bilhões, enquanto jogadas mantêm artificialmente as cotações, como a brutal diferenças no tamanho do giro financeiro na desova (grande) e na recompra (bem menor). O que faz o cotação que forma o índice Bovespa é o preço de compra e de venda da ação. E não o volume que muda de mãos. Fácil, assim, mascarar a desova, com a manutenção dos preços (por ora). Fora isso, o desvio da classe média da renda fixa para a variável — com auxílio das “Betina da Empiricus” no Youtube — ajuda a manter esse “recorde de pontos da Bovespa” — enquanto os gringos vão, discretamente, embora. O problema é quando a música parar de tocar… aí as sardinhas, fritas, mais uma vez terão feito a festa dos tubarões.

Da frigideira para as chamas — É interessante considerar que as organizações criminosas mais poderosas na América Latina possuem organização complexa e descentralizada setorialmente, formalmente similar a operações de guerras não convencionais. O PCC, por exemplo, possui diferentes ‘sintonias’ (setores) descentralizados na execução (dos gravatas, de comunicação, de tráfico nas bocas, de logística), mas que respondem a um comando central verticalizado. É também bastante surpreendente verificar que nesse mesmo ano, o JP Morgan se viu implicado em uma situação bastante constrangedora: um flagrante de tráfico de drogas em um navio de sua propriedade. De “apenas” 1 bilhão de dólares em cocaína: 18 toneladas. Curiosamente, com poucos dias de diferença, deu-se a interceptação de droga dentro da comitiva presidencial de Bolsonaro, quando essa passava por território espanhol.

Tais elementos encontram relevância à medida em que se considere que um Estado fragilizado, como o brasileiro neste momento, pode gerar riscos de degeneração e infiltração de atividades fora de seu escopo normativo e constitucional, inclusive incorporando o crime organizado para fazer funcionar sua própria estrutura (legal e ilegal). Abaixo, gráfico detalha as dinâmicas de ações criminógenas incorporadas a atividades do sistema financeiro. Essa atuação dinamiza-se à medida em que o Estado se faça fragilizado em sua ação fiscalizadora. No cenário atual de crise institucional no país, e de vários indícios de fortalecimento e unificação de setores do crime organizado no Brasil, principalmente PCC e Comando Vermelho, parece ser mais que necessário que todos tenham entendimento desse processo.

Ler mais