Como as falhas de jornais e jornalistas complicam as conversações nucleares com a Coreia do Norte

Recentemente a Coreia do Norte novamente pediu que o governo Trump mantenha-se no marco dos três passos acordados na Declaração de Cingapura.


Para Josh Rogin, colunista do Washington Post o pedido da Coreia do Norte seria “beligerante”.
Reuters amplificou a suposta “beligerância”, ao manchetar: “Trump cancela viagem de Pompeo à Coreia do Norte, depois de carta beligerante”
Reuters sabe evidentemente que Josh Rogin não “noticia”. Não é jornalista. Não passa de preposto neoconservador, com acesso direto a John Bolton. Publica seus chiliques na seção de Opinião do jornal, não nas páginas de notícias.



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Rússia: Estado retomará tudo que lhe roubaram


Em 2014, depois de introduzidas as sanções que os EUA impuseram à Rússia depois da reintegração da Criméia, duas coisas aconteceram: o rublo caiu e o mercado russo de ações recuou consideravelmente.


Como as ações da bolsa são negociadas em rublos, o efeito da queda do rublo e do recuo da bolsa foi multiplicar o valor do dólar, e o preço das ações caíram ainda mais. 


Diferente porém do que acontecera na década dos 90s, quando os que mais se beneficiaram foram os “santos de 1990”, em 2014 quem se beneficiou de as ações estarem baratas não foram “empresários privados eficientes” da categoria dos Berezovsky ou Khodorkovsky. Foi o Estado russo.

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Guerra econômica contra o Irã é guerra contra a integração da Eurásia

A histeria reina suprema depois que a primeira rodada de sanções dos EUA entrou em vigência novamente contra o Irã, semana passada. São vários os cenários de guerra, mas mesmo assim o aspecto chave da guerra econômica lançada pelo governo Trump tem passado despercebido: o Irã é peça central num tabuleiro de xadrez muito maior.


A ofensiva de sanções dos EUA, lançada depois da retirada unilateral de Washington do acordo nuclear iraniano, tem de ser interpretada como um gambito para avançar no Novo Grande Jogo, em cujo centro estão a Nova Rota da Seda da China – o mais importante projeto de infraestrutura, pode-se dizer, do século 21 – e a integração da Eurásia.


As manobras do governo Trump dão prova de o quanto a Nova Rota da Seda da China, ou Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE), ameaça o establishment norte-americano.



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UE caiu na armadilha de Washington, para a guerra comercial anti-China


Embora muitos na União Europeia (UE) tenham respirado aliviados ante o aparente sucesso das recentes conversações sobre tarifas comerciais entre Juncker, presidente da Comissão da UE, e o governo Trump, na realidade parece que Washington conseguiu arrastar ardilosamente a UE, especialmente a Alemanha, a fechar a porta contra qualquer possível colaboração com a China para o desenvolvimento comercial e econômico.
Apesar de haver problemas com a política econômica da China, os recentes desenvolvimentos sugerem que se criou algum consenso na UE para dar as costas aos monumentais potenciais do espaço econômico eurasiano com centro na China, a favor de uma aliança com EUA e com o Japão – ambos países hostis ao desenvolvimento da China. É desdobramento que pode ferir gravemente o desenvolvimento da economia da UE.

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Colapso da lira turca atravessará o Mediterrâneo

No instante em que Erdogan deu-se conta de que entrara como bode expiatório na narrativa do fracasso de EUA e Israel na Síria, pôs-se a procurar rota de fuga. Na procura, acabou chegando ao lado errado da política exterior dos EUA.


A Turquia é a joia da coroa da OTAN. É a segunda maior força em solo da OTAN. Controla o acesso ao Mar Negro e à Terra do Meio do mundo. 


E Erdogan quer unir-se aos (B)RICS. Comprar petróleo iraniano, gás russo, poder nuclear e defesas antimísseis.


Tudo isso é não-não-e-não.


Por isso os EUA estão empurrando a Turquia para a hiperinflação.



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O árabe foi idioma oficial do Estado de Israel por 70 anos, dois meses e cinco dias. Dia 19/7/2018, deixou de ser

Não há razão prática para a mudança e, de fato, a “Lei do Estado Nacional Judeu,” que aboliu o árabe como idioma oficial, garante basicamente que o árabe conservará todas as vantagens de idioma oficial, apesar de o título ter-lhe sido usurpado.
Assim sendo, por que alterar o status quo do idioma árabe nos últimos mais de 70 anos? Porque, como muitas vezes acontece, o que a lei diz e o fato de ela dizer são mais importantes do que o que a lei faz.
Pode-se considerar a Lei do Estado Nacional Judeu a partir de dois pontos de vista. Há a mensagem que a lei envia aos judeus: uma afirmação positiva de Israel como o estado-nação judeu; como pátria dos judeus; como estado dos judeus; uma mensagem nacionalista de autoafirmação que diz ‘esse país é de vocês, judeus, e só de vocês’.

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Trump, OTAN e a ‘agressão russa’

A histeria está no auge. Depois da cúpula da OTAN em Bruxelas, a definitiva Decadência do Ocidente é favas contadas, enquanto o presidente Trump prepara-se para se reunir com o presidente Putin em Helsinki.


O próprio Trump estipulou que conversará com Putin com portas fechadas, cara a cara, sem assessores e, em teoria, com sinceridade, depois do que a reunião preparatória entre o secretário de Estado Mike Pompeo e o ministro de Relações Exteriores da Rússia Sergey Lavrov foi cancelada. A reunião acontecerá no Palácio Presidencial em Helsinki, construção do início do século 19 e ex-residência de imperadores russos.



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EUA: O mito da neutralidade da Suprema Corte 

Há nos EUA mito poderoso e persistente, que foi afinal detonado quando a Suprema Corte encerrou os trabalhos no final de 2017. Falo do mito segundo o qual haveria marcada separação entre a lei e a política, ou, pelo menos, que a lei poderia conter as escolhas políticas.
O mito da lei foi bem descrito por um autor do século 19, Alexis DeTocqueville, que escreveu em Democracy in America: “Pode-se dizer que absolutamente não há questão política nos EUA, que, mais cedo ou mais tarde, não seja convertida em questão judicial.” A frase captura dois aspectos do mito da lei.



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Começam hoje 50 anos de guerra de tarifas?

Muito mais que primeiro tiro à meia-noite de hoje do que pode converter-se em terrível guerra comercial, a queda de braços de tarifas entre EUA e China deve ser vista no contexto de grande virada no Grande Quadro geopolítico e econômico.


O jogo de passar adiante as culpas, e todos os tipos de cenários de especulação de como pode evoluir a disputa de tarifas, são questões periféricas. O alvo crucialmente decisivo do que hoje se inicia não é algum “livre comércio” que seria disfuncional; o alvo é o projeto “Made in China 2025” – a China autoconfigurada como usina geradora de alta tecnologia equivalente, ou mesmo superando EUA e UE.



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Alemanha e Síria 

Durante a Guerra Fria, a CIA recrutou alguns dos melhores funcionários nazistas para continuar a luta contra a URSS. Dentre eles, Gerhard von Mende, recrutador de muçulmanos soviéticos contra Moscou [1]. Em 1953, esse veterano funcionário público instalou o chefe da Fraternidade Muçulmana fora do Egito, Saïd Ramadan, em Munique [2].


No mesmo período, a CIA distribuiu secretamente oficiais nazistas por todo o mundo, para combater organizações pró-sovietes.

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Oriente vs. Ocidente – O “duelo das cúpulas”: Esse fim de semana 
tem algo para os livros de História

É descomunal virada de jogo, porque oficialmente, pelo menos até agora, era só “parceria ampla”. É a primeira vez que Xi destaca, oficialmente, o aspecto “estratégico”. Outra vez, em palavras dele: “É o relacionamento de mais alto nível, mas profundo e estrategicamente mais significativo que se vê hoje entre grandes países do mundo.”


E, como se o alcance ainda não fosse suficientemente amplo e profundo, a coisa é também pessoal. Xi, falando de Putin e dando talvez bom uso à bonomia que Trump dispensa aos líderes com os quais simpatiza, disse “É meu melhor amigo, meu amigo mais próximo.”



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Putin bem que avisou (há dez anos)

Não se pode culpar o presidente russo Vladimir Putin, por saborear um momento ‘eu-avisei’. Putin realmente avisou líderes europeus de que a briga geral em que estão eles todos metidos de um lado, contra os EUA, de outro lado, é o que sempre acontece quando alguém se curva com demasiado servilismo às ambições hegemonistas dos EUA.
Semana passada, durante sua maratona de Perguntas e Respostas por televisão, com cidadãos russos, Putin fez referência às tarifas comerciais sem precedentes que o presidente Trump está aplicando aos estados europeus.



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