“Estou muito surpreso, estupefato…”

Benjamin Mouton, ex-arquiteto-chefe da Catedral de Notre Dame, discutiu a questão do fogo e da segurança no incêndio da última semana no ícone neogótico de Paris. A entrevista, conduzida por David Pujadas, foi transmitida ao vivo em 16 de abril de 2019 na rede de TV francesa LCI . Essa transcrição foi disponibilizada pelo coletivo Vila Mandinga, bem como a análise sobre o vídeo apresentado.

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O Pior Diplomata do Mundo

Andre Pagliarini oferece um excelente artigo destacando como as narrativas apresentadas pelo presidente do Brasil em seus primeiros momentos no cargo são uma extensão da campanha eleitoral farsesca. Bolsonaro tomou várias decisões controversas, para, pouco depois, cancelá-las; seu vice-presidente várias vezes o desmentiu publicamente; e a primeira aparição internacional no Fórum Econômico Mundial em Davos – Suíça, foi rematado fracasso. Apesar de a mídia local dar a impressão de destacar os escândalos do regime, o projeto político mais amplo do clã Bolsonaro permanece intocado. A agenda entreguista e de atraso econômico é encoberta por diversionismos internos com grande cobertura e por um componente externo que, normalmente, pouca atenção receberia. Ele está personificado no clown catalisador da persona presidencial – Ernesto Araújo –, praticante de uma política de relações exteriores “impertinente e imprudente”.

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Putin, à Assembleia da Federação Russa

Pepe Escobar reflete sobre o discurso “O Estado da Nação”, do Presidente Putin à Assembleia da Federação Russa em Moscou essa semana que passou. Embora dedicado a questões do desenvolvimento social e econômico do país, Putin registou a decisão dos EUA de se retirarem do Tratado para Forças Nucleares de Alcance Intermédio, e demarcou claramente as linhas vermelhas relacionadas a consequências possíveis do movimento. Como esperado, foi direto ao ponto: “É gravíssima ameaça contra nós. Se acontecer assim, seremos forçados – repito, para salientar – seremos forçados a responder com ações espelhadas ou assimétricas.”

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“O que a Venezuela aprendeu, o povo não esquecerá”

Nesta entrevista (traduzida pelo Coletivo Vila Mandinga), o ativista dos direitos humanos Antônio Plessmann fala sobre a construção do protagonismo popular levada a efeito com a ascensão de Chávez. Para ele, um dos grandes legados foi a transformação dos pobres em agentes políticos. O socialismo venezuelano tratou de incutir política e civismo nas massas, tornando o povo a base de sustentação do país.
Como exemplo, ele cita que, a partir de 2014, enquanto a Direita concentrou-se nos problemas estruturais dentro da classe política e na encenação de protestos violentos, Maduro promoveu a capilarização da política através do acesso à alimentação pelos Comitês Locais de Abastecimento e Produção – CLAPs.

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China desafia o sistema da Vestfália

Lanxin definiu as Novas Rotas da Seda, ou Iniciativa Cinturão e Estrada, como uma avenida rumo a um ‘mundo pós-vestfaliano’, no sentido de uma verdadeira integração geoeconômica da Eurásia levada a cabo por nações asiáticas. Essa é a razão chave pela qual Washington, que foi agente da implantação, em 1945, das regras internacionais ainda vigentes, tanto teme a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE).

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O que Mao diria dos Coletes Amarelos

Slavoj Žižek acredita que o movimento francês dos Coletes Amarelos expõe um problema no coração da política de hoje. Excessiva adesão/aderência à “opinião” popular e insuficientes inovação e ideias frescas. Qualquer rápido exame do imbróglio já deixa ver claramente que fomos apanhados em múltiplas lutas sociais. A tensão entre o establishment liberal e o novo populismo, a luta da ecologia, os esforços em apoio ao feminismo e à libertação sexual, mais as batalhas religiosas e étnicas e o desejo por direitos humanos universais. Para não mencionar que tentamos resistir contra o controle digital sobre a vida de cada um. Assim sendo, como por juntas todas essas lutas, sem simploriamente privilegiar uma delas como a “verdadeira” prioridade? Porque esse equilíbrio nos dá a chave para todas as outras lutas.

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Brasil 2018: Para Além do Fascismo

As candidaturas de Jair Bolsonaro e de Fernando Haddad foram apresentadas pela direção do PT como confronto geral entre a civilização e a barbárie, o fascismo e a democracia. Propôs-se a necessidade de campanha eleitoral que reunisse, sem exceções, todos os tidos como democratas, mesmo os mais conservadores, em torno da candidatura do professor. No segundo turno, os partidos de esquerda e centro-esquerda – PSOL, PDT, PSB – abraçaram essa proposta, alguns deles muito formalmente.

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Preparem-se para o Gaza-samba

A partir da provocação feita pelo The saker, enviada em forma de trovão da matéria da Russian Today que mostrava ao mundo uma dupla de brasileiros fuleiros fazendo pose de sionistas, Pepe Escobar chafurda no pântano tropical e comenta com seu olhar acurado o que representa este desejo de alinhamento sionista-cristão.

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2018: “A Coalizão do Caos” | A fala de Felipe Quintas

A transcricão da fala de Felipe Quintas apresenta como os financistas, as forças armadas (FFAA), a Lava-Jato e evangélicos (ou uma parte expressiva de todos esses), fazem parte dessa grande coalizão que, no final das contas, está levando o Brasil ao caos. As forças que estão no governo Bolsonaro já estavam no governo Temer, e estão aí na política desde o impeachment. E todos ou foram aliados de governos do PT, ou foram favorecidos pelos governos do PT – como no caso da Lava-Jato –, ou então começaram como aliados do governo do PT mas progressivamente, por uma série de razões, se descolaram e tornaram-se oposição a eles.

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Bem-vindo à Selva

O Brasil é terra dilacerada. O ex-paraquedista Jair Bolsonaro foi eleito com 55,63% dos votos. Número recorde de 31 milhões de votos nulos ou ausentes. Nada menos de 46 milhões de brasileiros votaram no candidato do Partido dos Trabalhadores, PT, Fernando Haddad; professor e ex-prefeito de São Paulo, uma das megalópoles cruciais do Sul Global. O fato impressionante é que mais de 76 milhões de brasileiros não votaram em Bolsonaro.

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Faltam-nos instituições contramajoritárias ou da incompreensão do papel do STF

A comunidade jurídica brasileira, sobretudo a acadêmica, padece de uma ignorância incrível. Desde a promulgação da constituição de 1988 defendeu que tanto judiciário quanto ministério público tivessem “vontade política” para transformar a sociedade.
Evidentemente, ao ter vontade política o sistema de justiça abdicou de seu papel contra majoritário, agindo como se seu poder emanasse do voto.

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Sobre militares no Brasil | A fala do professor Piero Leirner

“A fala do professor Piero Leirner é o que de mais interessante e importante encontramos até hoje sobre militares. Deve ser ouvido, visto, transcrito, impresso, lido, discutido, de cabo a rabo, em todo o Brasil, em todas as frentes. Principalmente a parte sobre o projeto do golpe militar já estar em construção há muito tempo”.

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